O cineasta Jean-Luc Godard morreu nesta terça-feira (13) aos 91 anos. A informação foi confirmada pela mulher do francês, Anne-Marie Mieville, que disse que ele “morreu pacificamente em casa, cercado por entes queridos”.
Ao jornal francês Libération, a família declarou que Godart teve acesso ao suicídio assistido –procedimento permitido na Suíça desde 1942. “Ele não estava doente, apenas esgotado”, declarou um integrante do clã à publicação. “Foi decisão dele e é importante que se saiba.”
Godard é um dos fundadores da Nouvelle Vague –movimento estético do cinema francês criado no fim dos anos 1950 e que influenciou cineastas de todo o mundo. É caracterizado pela valorização do “cinema da autor”, em que roteiro e a direção devem ser tão valorizados quanto a atuação.
A Nouvelle Vague subverte a linearidade da narrativa –ou seja, não há necessidade de se respeitar a ordem cronológica dos acontecimentos. O movimento recorreu a formas de enquadramentos, movimentos de câmera e montagem até então não exploradas. Os filmes da Nouvelle Vague, de maneira geral, têm cortes bruscos, cenas filmadas com a câmera em mãos e diálogos existenciais.
No Twitter, o presidente francês, Emmanuel Macron, lamentou a morte e chamou Godard de gênio.
‘Jean Luc-Godard foi o mais iconoclasta dos cineastas da Nouvelle Vague. Ele inventou uma arte decididamente moderna e intensamente livre. Perdemos um tesouro nacional e um gênio’, escreveu Macron.
Nascido em Paris em 1930, Godard era de uma família franco-suíça. Seu pai era médico. Sua mãe, filha de um suíço que fundou o Banque Paribas, um então importante banco de investimentos.
Em 70 anos de carreira, realizou longa-metragens, curtas, documentários, ensaios cinematográficos e vídeos de música. Um dos diretores mais aclamados do mundo, ele ficou conhecido por clássicos como “Acossado” (1960) e “O Desprezo” (1963).
Conforme o IMDB, Godard é creditado como diretor em 131 produções e como escritor em 98. Ainda tem créditos como editor (54), ator (47), produtor (29), entre outros. Em 2021, disse ter planos para se aposentar, mas que faria 2 filmes antes de encerrar sua carreira.
Godard foi, segundo o portal, indicado a 76 prêmios e venceu 51. Foram diversos Ursos no Festival de Berlim e Leões em Veneza. O cineasta ainda foi homenageado pelo conjunto de sua obra em premiações como César (1998) e Oscar (2011). No Festival de Cannes, ganhou o prêmio do júri em 2014 por “Adeus à Linguagem”. Em 2018, recebeu a Palma de Ouro Especial por “Imagem e Palavra”.
Com informações Poder 360