As mortes por câncer de fígado devem aumentar em cerca de 55% até 2040, se nada for feito para combater a doença evitável. É o que revela o estudo publicado nesta quinta-feira (6), na França, pela Agência Internacional da Pesquisa do Câncer (Iarc). A instituição faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ritmo atual
De acordo com o levantamento, em 2020 houve 905.700 pessoas diagnosticadas e 830.200 mortes causadas pela doença em todo o mundo. No ritmo atual, estima-se que 1,4 milhão de pessoas sejam diagnosticadas e 1,3 milhão morram devido ao câncer de fígado até 2040. A análise prevê que por ano haja um aumento de 500 mil casos ou óbitos.
O estudo foi liderado pela epidemiologista Harriet Rumgay. Ela declarou que essa realidade será enfrentada a menos que haja uma redução substancial nas taxas de câncer de fígado através da prevenção primária. O estudo também constata que a doença é uma das três principais causas de morte por câncer em 46 países, e faz parte das cinco principais em quase 100 nações.
Ásia e África
Grande parte dos óbitos ocorre no leste e sudeste da Ásia, bem como no norte da África. Entre os principais fatores de risco estão os vírus da hepatite B e da hepatite C. A lista inclui o consumo de álcool, o excesso de peso e as condições metabólicas, incluindo a diabetes tipo 2.
Consumo de álcool e tabaco
A publicação recomenda que haja progressos no combate às hepatites B e C, após as paralizações ocorridas por causa da pandemia. Os pesquisadores pedem mais vacinação, testes e tratamento. A autora principal recomenda ainda medidas para reduzir o consumo de álcool e conter o aumento da prevalência de diabetes e obesidade.
Outro estudo destaca que 17% dos casos de câncer de fígado podem ser evitados com a redução do consumo de álcool e do tabaco. A nova análise consta do banco de dados Globocan 2020, que contém estimativas de incidência e morte para 36 tipos de câncer em 185 países.
Com informações da ONU**