O médico Mouhammad Moustafa, preso durante a operação Maus Caminhos, deflagrada em 2016, que apurou o desvio de pelo menos R$ 100 milhões da Saúde do Amazonas, deve deixar o Centro de Detenção Provisória Masculina II (CDPM II) nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (07). Ele teve o pedido de progressão de pena aceito pelo Superior Tribunal de Justiça (STF) na última quarta-feira (05).
De acordo com a decisão do STJ, a soltura de Mouhamad é considerada “urgente e necessária”, por considerar a prisão ilegal, e tendo em vista que o pedido de Habeas Corpus encontra-se sem data para julgamento, por conta da paralisação da atividade judiciária ordinária causada pela pandemia de Covid-19.
A operação Maus Caminhos foi deflagrada em setembro de 2016, para desarticular uma organização criminosa que desviava recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Amazonas. Os crimes eram praticados por membros da organização que utilizava recursos públicos desviados do Fundo Estadual de Saúde, realizavam pagamentos de propina a agentes políticos e servidores públicos, com o objetivo de obter facilidades dentro da Administração Pública estadual.
Segundo a Polícia Federal, o grupo utilizava uma entidade social – no caso, o Instituto Novos Caminhos – para fugir dos procedimentos licitatórios regulares e permitir a contratação direta de empresas prestadoras de serviços de saúde administradas, direta ou indiretamente, por Mouhamad Moustafa.
As operações Custo Político, Estado de Emergência e Cashback, desdobramentos da Operação Maus Caminhos, mostraram, ainda, o envolvimento de agentes públicos, políticos da alta cúpula do Executivo estadual, entre eles o ex-governador José Melo, e pessoas ligadas a agentes públicos em um esquema de propina criado para acobertar e colaborar com os desvios feitos pelo grupo que geria as unidades de saúde, liderado pelo médico Mouhamad Moustafa.Alternar painel: Yoast SEO