Governo já contabilizou a realização de mais de 300 mil testes para Covid-19. Cerca de 40% apresentaram resultados positivos para doença.
Apenas 7,2% da população do Amazonas foi testada para a Covid-19, até esta quarta-feira (10). Conforme dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), o número de testes realizados no estado chegou a 301.311.
Do total de testes aplicados, 41,7% apresentaram resultado positivo para o novo coronavírus, o que corresponde a 125.660 casos confirmados. Desses, mais de 3,8 mil morreram com a doença.
De acordo com os dados da FVS, até quarta-feira, foram realizados 36.312 testes RT-PCR, que detecta casos novos que estão entre o 3º e 6º dias da doença. O número de testes rápidos aplicados chegou a 264.999, que identificam os anticorpos com data de início dos sintomas entre, pelo menos, oito e 60 dias ou mais das primeiras manifestações da Covid-19.
Para o médico infectologista Antônio Magela, é necessário que a realizada de diagnóstico é necessária para analisar a situação do vírus no organismo da população. A expectativa, segundo ele, é que muitas pessoas sejam diagnosticadas com anticorpos da doença.
“Vamos identificar muitas pessoas com anticorpos ainda. É o que a gente quer. Quanto mais pessoas a gente identificar com anticorpos, melhor. Se eu identificar uma pessoa com anticorpos agora e testar ela daqui a nove meses e ela continuar, esta é a situação que queremos ter. Sei que aquela pessoa entrou em contato com o vírus e, nove meses depois, ainda tem os anticorpos que são protetores”, explicou Magela.
Testagem em massa em professores
Após o retorno das aulas presenciais na rede estadual, que ocorrem desde 10 de agosto de forma híbrida e com apenas 50% da capacidade de alunos nas salas, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) do Amazonas, por meio da FVS, tem testado profissionais da rede pública em Manaus, desde o dia 18 de agosto.
Até 1º de setembro, foram aplicados 3.140 testes rápidos, com 922 resultados positivos para Covid-19 – desses, 229 estavam com infecção recente. Para a Seduc, o dado não indica que os profissionais tenham se contaminado após o retorno das aulas.
‘Pessoas assintomáticas passam despercebidas’
Entre as pessoas que contraem o novo coronavírus, há os assintomáticos. Segundo Magela, não há como ter uma gerência da capacidade de infecção da Covid-19 de uma pessoa assintomática já que, quando submetidas a testes e têm resultado positivo, geralmente passaram do período de transmissão.
Conforme o médico infectologista, ainda não é possível determinar capacidade do vírus ser transmitido por um assintomático.
“Uma pessoa que é assintomática não procura assistência médica, ela não vai no hospital, porque ela não tem sintoma. Uma pessoa assintomática passa despercebida. Ela só pode ser detectada lá na frente, quando, por algum motivo, faz o exame e já detecta anticorpos. Indica que a fase da doença já passou e que já não está nem transmitindo e não pode adoecer pois já tem os anticorpos. O que não sabemos ainda é quanto tempo esses anticorpos vão prevalecer no organismo. Tudo isso ainda está sendo avaliado”, finalizou Magela.
Estudo
Um estudo liderado por pesquisadores da Soonchunhyang University, da Coreia do Sul, isolou 303 pacientes com teste laboratorial positivo para o Sars CoV-2. Eles observaram que os pacientes assintomáticos, mais de 30% do grupo, têm carga similar àqueles que apresentam os sintomas durante a Covid-19. O resultado sugere que todos os infectados, independentemente dos sintomas, são capazes de transmitir da doença.
Testagem
A taxa de positividade em testes de coronavírus é um indicativo usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para apontar se um país testa suficiente ou pouco. Segundo a entidade, o ideal é que apenas 5% dos testados tenham resultado positivo.
A alta taxa de positividade brasileira revela que o país tem testado somente pessoas que estão sintomáticas ou que estejam dentro do serviço de saúde.
Fonte: G1