A Organização Mundial da Saúde (OMS) relatou um novo surto de cólera em 27 países. A informação foi divulgada a jornalistas nesta quarta-feira (5) em Genebra, na Suíça, pelo diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus.
O chefe da OMS conta que não houve somente uma alta de surtos de cólera no mundo, mas também de surtos mortais. Segundo Tedros, uma média quase três vezes maior, que a dos últimos cinco anos, está ocorrendo em várias partes do globo. A Síria, por exemplo, registrou mais de 10 mil casos suspeitos de cólera nas últimas seis semanas.
Já no Haiti, a situação é ainda mais grave porque o país estava prestes a ser declarado livre da doença. Agora, após mais de três anos sem casos, houve duas notificações de cólera na capital Porto Príncipe. Em outras partes da ilha, sete pessoas morreram. Para Tedros, o número real de casos pode ser bem maior.
O diretor-geral da OMS destacou que a falta de acesso global a prevenção com vacinas, à água potável e ao saneamento, são fatores que contribuem para o aumento do número de casos da doença.
A cólera, que geralmente é impulsionada pela pobreza e pelo conflito, agora é agravada pelas mudanças climáticas, que acabam criando o ambiente ideal para a propagação da doença.
Oferta e demanda
Cerca de 27 milhões de doses do estoque internacional de vacinas contra cólera foram enviadas aos países no ano passado. Mas com o atual aumento de surtos, a oferta não acompanha a demanda.
A OMS apela aos grandes fabricantes de vacinas que aumentem a produção. O surto da doença ocorre em meio a uma realidade em que o mundo lida com a Covid-19, a varíola dos macacos e a ameaça da gripe sazonal.
Com informações da ONU**