É preciso maior ação em cenário de ondas de calor mais frequentes, intensas e fatais causadas por mudanças climáticas. O alerta foi feito em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Cruz Vermelha que apela aos governos para que tomem medidas urgentes.
Áreas como Sacramento e Califórnia, nos Estados Unidos, na Somália e em Sichuan, na China são citadas como exemplos recentes. O relatório ‘Calor Extremo: Preparando-se para as Ondas de Calor do Futuro’ alerta para muitos riscos de morte.
Números
A publicação narra episódios de devastação causada por queimadas e descreve como reparar e limitar os danos. Entre 2010 e 2019, o mundo teve 38 ondas de calor que levaram à morte de mais de 70 mil pessoas além de impactos sobre meios de subsistência.
De acordo com o estudo, o total equivale à sexta parte das mais de 410 mil mortes por desastres associados a condições climáticas extremas no mesmo período.
Em 2003, uma onda de calor causou mais de 70 mil mortes além do esperado. Na Rússia, mais de 55 mil perderam a vida em 2010.
Mudanças climáticas
O subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, ressalta que as ondas de calor são responsáveis por grande parte de desastres mais fatais de que há registro.
Ele falou de secas arrasadoras como a que leva a Somália à iminência da fome que “são muito mais mortais quando combinadas com calor extremo”.
O chefe humanitário alertou para episódios mais frequentes no mundo “à medida que as mudanças climáticas continuam fora de controle”.
Nos países em desenvolvimento, se destacam dados de Bangladesh, por exemplo, onde uma alta de 20% nas mortes em dias de ondas de calor em comparação com um normal.
Essas ocorrências podem levar as pessoas a fugir de suas terras de origem aumentando a migração para países mais frios.
Medidas necessárias
A ONU e a Cruz Vermelha anunciaram que entidades do setor fazem testes de implantação de moradias de emergência, telhados “verdes”, centros de refrigeração e mudanças nos calendários escolares para mitigar o impacto das ondas de calor.
O apelo aos governos é que aumentem os sistemas de alerta precoce sobre ondas de calor, bem como o treinamento e o financiamento aos socorristas locais. Outra recomendação é que melhore a coordenação entre agências humanitárias, organizações de desenvolvimento e especialistas em clima.
Com informações da ONU**