Ex-campeões militam politicamente em lados divergentes, possuem personalidades distintas e têm em comum apenas a inimizade mútua. Evento deste sábado conta com três brasileiros
O UFC deste sábado terá, na sua luta principal, um duelo que supera os limites do octógono montado em Las Vegas (EUA). Colby Covington e Tyron Woodley, respectivamente ex-campeões interino e linear do peso-meio-médio da organização, travarão um duelo que coloca frente a frente não só adversários, mas inimigos com visões de mundo e posicionamentos sociais e políticos completamente diferentes.
O Combate transmite o “UFC Covington x Woodley” neste sábado, dia 19, ao vivo, na íntegra e com exclusividade a partir das 17h45 (de Brasília), com o “Aquecimento Combate”. O SporTV 2 e o Combate.com transmitem as duas primeiras lutas do card preliminar, e o site acompanha todo o evento em Tempo Real.
Enquanto Covington é abertamente apoiador do governo de Donald Trump, e provoca seus adversários com frases nem sempre de bom gosto, usando a xenofobia e o machismo explicitamente, Woodley tem uma personalidade mais reservada e é um militante dos movimentos de igualdade racial, como o “Black Lives Matter”, além de crítico declarado do atual presidente americano.
Para Woodley, que respondeu a todas as perguntas da coletiva de imprensa com frases relativas ao “Black Lives Matter”, a pressão que Covington exerce no octógono é um sinal de medo de trocar golpes com alguém como ele, que, na sua opinião, tem poder de nocaute suficiente para acabar com a luta.
– A sua pressão é baseada no medo. Ele tem que te pressionar porque não consegue trocar golpes na distância. Ele nunca nocauteou ninguém na vida, nunca. Nem no cage, nem numa briga na rua, e eu já nocauteei mais vezes do que posso contar nas duas mãos. Então ele pressiona porque a maioria dos lutadores do UFC não são wrestlers de alto nível. Ele faz o “chain wrestling”, mas de um jeito que é claustrofóbico. Ele te pressiona o tempo todo e não se cansa porque ele está botando o peso do corpo dele em cima de você. Ele permanece colado em você por medo.
Já Covington não mede palavras ao dizer que pretende nocautear o rival, e prevê uma luta violenta. O lutador aproveitou para deixar claro que a questão política é um fator de animosidade entre os dois.
– Vai ser uma luta muito violenta. Eu prometo que vou mandá-lo para a emergência no hospital. Provavelmente o colocarão em uma maca quando sair do octógono, porque eu vou machucá-lo de verdade. Vou arrancar cada célula que há no seu cérebro. Ele estará motivado para essa luta, que vai ser muito intensa e muito carregada de emoções. De um lado, eu, que apoio o presidente. Do outro, ele, que apoia o comunismo. Eu apoio o capitalismo, e ele é um liberal. Eu sou republicano. Sou vermelho contra o azul. Vejo muita rivalidade nessa luta, muita animosidade. Não é uma rivalidade fabricada. São dois caras que se odeiam e que querem mandar um ao outro para o hospital.
Johnny Walker busca voltar a vencer
Após um começo avassalador no UFC, com três vitórias por nocaute no primeiro round, o peso-meio-pesado Johnny Walker conheceu o outro lado do seu conto de fadas. Após ser nocauteado por Corey Anderson também no primeiro round, voltou a perder na luta seguinte, dessa vez para o ucraniano Nikita Krylov por decisão unânime. Seis meses após a sua última luta, o brasileiro retorna ao octógono diante do americano Ryan Spann após fazer um período de treinos na equipe SBG, na Irlanda – a mesma do astro Conor McGregor. Segundo o brasileiro, a estratégia traçada pelo técnico John Kavanagh é o caminho para o seu retorno ao caminho das vitórias.
– Vi algumas lutas dele, vi o que ele faz quando é atacado, o que faz para atacar, as reações dele, assisti à luta com o John, fizemos uma estratégia bacana e tenho certeza de que vai funcionar. Estou na minha melhor forma possível. Sei que posso melhorar muito mais ainda e vou dar o melhor para trazer a vitória para o Brasil e voltar para a sequência de vitórias de novo.
Mackenzie Dern quer finalizar Randa Markos, mas sabe que não será fácil
Após se recuperar da derrota para Amanda Ribas com uma finalização sobre Hannah Cifers, a brasileira-americana Mackenzie Dern espera repetir o triunfo diante da iraniana naturalizada canadense Randa Markos. Mesmo confiando na sua habilidade no chão, Dern sabe que a experiência de Markos tornará a tarefa muito mais difícil.
– A Randa é uma menina muito dura. Ela está na casa desde que abriram a categoria, já lutou com todo mundo, tem muita experiência. É perigosa também porque sabe lutar no chão, não é boba, e pelo que eu vi ela faz bastante contra-ataque, sabe usar bem a distância dela. Eu, que não sou “trocadora” e ainda tenho que aprender a minha distância e o meu alcance, até dou socos mas sem encurtar muito a distância. Quando encurto já é para ir com tudo e jogar para o chão. Pela experiência dela, também não vai ser fácil de eu conseguir assustar, ela não vai ter medo do meu nome ou de uma pressão que eu penso em colocar.
Mayra Sheetara encara a experiente e desesperada italiana Mara Romero Borella
Com duas lutas no UFC – uma vitória e uma derrota – após ser contratada por sua apresentação no “Contender Brasil”, a peso-mosca Mayra “Sheetara” Bueno terá pela frente a italiana Mara Romero Borella. Com quatro derrotas em seis derrotas no evento, a europeia só venceu brasileiras no octógono (finalizou Kalindra Faria e bateu Taila Santos por decisão dividida). Vinda de três derrotas consecutivas, Borella precisa da vitória para espantar o fantasma da demissão. Já a brasileira, que perdeu sua última luta para Maryna Moroz, garante que subirá no octógono para dar um show.
– Não ligo para o ranking. Luto contra quem puserem na minha frente. Quando um atleta da Chute Boxe pisa no cage, é guerra. Não quero saber se é a campeã ou alguém como Mara Borella, que vem de uma sequência de derrotas. Não subestimo ninguém. Garanto que vou dar um show. quem vai ganhar, só Deus sabe. Meu trabalho é dar show. Mara é muito dura, forte fisicamente. Vencê-la é muito difícil, mas me vejo com o braço levantado no fim. Para me vencer, ela vai ter que ser muito, mas muito melhor do que eu.
UFC: Covington x Woodley
19 de setembro de 2020, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL (21h, horário de Brasília):
Peso-meio-médio: Colby Covington x Tyron Woodley
Peso-meio-médio: Donald Cerrone x Niko Price
Peso-médio: Khamzat Chimaev x Gerald Meerschaert
Peso-meio-pesado: Johnny Walker x Ryan Spann
Peso-palha: Mackenzie Dern x Randa Markos
Peso-médio: Kevin Holland x Darren Stewart
CARD PRELIMINAR (18h, horário de Brasília):
Peso-mosca: Jordan Espinosa x David Dvorak
Peso-pena: Mirsad Bektic x Damon Jackson
Peso-mosca: Mayra Sheetara x Mara Romero Borella
Peso-galo: Jessica-Rose Clark x Sarah Alpar
Peso-galo: Journey Newson x Randy Costa
Peso-galo: Andre Ewell x Irwin Rivera
Peso-pena: Darrick Minner x TJ Laramie
Peso-galo: Tyson Nam x Jerome Rivera
Fonte: Ge