Pandemia pode ter levado 150 milhões de crianças à pobreza, diz Unicef

A pandemia do novo coronavírus pode ter aumentado o número de crianças em todo o mundo que vivem na pobreza em 15%, de acordo com um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a organização sem fins lucrativos Save the Children.

As organizações afirmaram na quinta-feira (17) que este crescimento da pobreza representa um aumento de 150 milhões de crianças sem acesso adequado à educação, habitação, nutrição, serviços de saúde, saneamento ou água – elevando o número global de crianças na pobreza para quase 1,2 bilhão.

O relatório é baseado em dados de quase 80 países.

“Esta pandemia já causou a maior emergência educacional global da história e o aumento da pobreza tornará muito difícil para as crianças mais vulneráveis e suas famílias compensar a perda”, disse Inger Ashing, CEO da Save the Children em comunicado à imprensa.

“As crianças que perdem a educação têm maior probabilidade de serem forçadas ao trabalho infantil ou ao casamento precoce e ficar presas em um ciclo de pobreza por muitos anos. Não podemos permitir que uma geração inteira de crianças se torne vítima desta pandemia”, continuou Ashing. “Os governos nacionais e a comunidade internacional devem agir para suavizar os impactos.”

Além disso, a pobreza pode ter um impacto significativo no bem-estar e na segurança de mulheres e crianças.

“Não podemos nos deixar pensar que apenas as pessoas pobres enfrentam a violência de gênero. Isso foi refutado várias vezes. Mas o que é verdade é a disponibilidade de serviços e espaço”, disse Natalia Kanem, diretora-executiva do Fundo de População das Nações Unidas, durante uma reunião virtual organizada pela Fundação da ONU.

“Às vezes a situação se torna volátil, porque estamos todos confinados juntos”, disse Kanem. “A ideia de uma mulher estar em uma situação estressante – ela pode ter perdido o emprego, o parceiro, o que for. Os filhos também podem ser vítimas desse tipo de situação. Essa é a verdadeira preocupação.”

Fonte: CNN Brasil

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