Pequim critica países que impuseram testes de Covid-19 a viajantes da China 

O governo de Pequim criticou, nesta terça-feira (3), a imposição de testes de covid-19 em vários países a viajantes provenientes da China, que enfrenta uma onda de casos sem precedentes.

“Alguns países estabeleceram restrições de entrada visando apenas viajantes chineses. Isso não tem base científica e algumas práticas são inaceitáveis”, denunciou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

Neste contexto, a China poderia “adotar contramedidas, de acordo com o princípio da reciprocidade”, alertou.

Em 7 de dezembro, as autoridades chinesas encerraram as rígidas restrições sanitárias de sua estratégia de “covid zero”, decisão que provocou uma avalanche de doentes por Covid-19 nos hospitais e vítimas fatais da doença nos crematórios.

A partir de domingo (8), Pequim não vai mais impor quarentena às pessoas que chegam do exterior, mas continuará exigindo um teste de PCR negativo para os viajantes. O país não emite visto de turismo há quase três anos.

Uma dezena de países impôs testes de covid a passageiros da China nos últimos dias, diante da preocupação com a falta de transparência sobre os números de infectados e por medo do aparecimento de novas variantes.

100 ambulâncias

Em Xangai, dois terços dos residentes podem ter contraído o novo coronavírus nas últimas semanas, segundo um funcionário de um dos principais hospitais da cidade.

“Atualmente, o surto em Xangai é muito grande e pode ter afetado 70% da população, o que é entre 20 e 30 vezes mais” do que o surto anterior no início de 2022, declarou nesta terça-feira Chen Erzhen, vice-presidente do hospital Ruijin, a um blog publicado pelo Diário do Povo.

Em outras grandes cidades chinesas, como Pequim, Tianjin (norte), Chongqing (sudoeste) e Guangzhou (sul), as autoridades sanitárias acreditam que o pico já passou.

Chen, que também é membro do Conselho de Especialistas em Covid de Xangai, informou que seu hospital recebe 1.600 admissões de emergência por dia – o dobro do número antes do levantamento das restrições – 80% das quais são pacientes com covid.

“Todos os dias chegam mais de 100 ambulâncias ao hospital”, explica, apontando que metade dos doentes tem mais de 65 anos e, por isso, são mais vulneráveis.

 



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