Pesquisa mostra que 9 em cada 10 brasileiros são contra liberar a caça no Brasil

A cada dez brasileiros, nove não aprovam a ideia de autorizar a caça no país. É o que mostra a pesquisa feita pelo Instituto Data Folha, a pedido da ong internacional WWF Brasil (World Wide Fund For Nature), divulgada nesta semana.

Durante o levantamento, foram realizadas entrevistas em todas as cinco regiões do país. No total, 2.088 pessoas, a partir dos 16 anos, responderam à duas perguntas: “Você concorda com a ideia de autorizar a caça de animais no Brasil?” e “Votaria em quem apoia a caça no Brasil?”.

Os dados mostram que 90% discordam da ideia de autorizar a caça, 9% concordaram e 1% não soube responder. A rejeição é maior entre as mulheres (92%) e residentes nas regiões metropolitanas, com 93%, que também foram a maioria a afirmar que não votariam em candidatos que apoiam essa pauta.

Apenas 10% dos entrevistados votariam em candidatos que apoiam a autorização da caça no país e 3% não soube responder. A pesquisa ouviu brasileiros de todos os estratos socioeconômicos de 5 a 8 de julho de 2022, margem de erro máxima de 2 pontos percentuais.

Os números mostram uma forte sensibilização ao tema no país, e isso se deve à vários fatores, entre eles está o aumento da violência ocasionada pelo aumento da circulação de armas.

“Mães perdem seus filhos em brigas de trânsito, vizinhos se matam entre si por bobagens, apenas porque um teve acesso facilitado a uma arma de fogo”, afirma Raul do Valle, coordenador de Incidência política do WWF-Brasil. Além disso, ele também ressaltou que “o aumento na circulação de armas em nossa sociedade é uma tragédia e só tende a piorar se as coisas não mudarem”.

A opinião dos brasileiros vai contra a atuação do Congresso, onde existem projetos de lei como o PL 5544/2020, que dispõe sobre a autorização para a caça esportiva de animais no território nacional.

O projeto aguarda a criação de uma comissão especial designada pela Mesa Diretora do Congresso Nacional. Entre as espécies ameaçadas que costumam ser alvo de caçadores estão a arara-azul, o tatu-bola, o mico-leão-dourado e o boto-cor-de-rosa.

Sobre o aumento do número de armas

Apesar de a caça ser liberada apenas para espécies como o javali, que é considerado um invasor, a quantidade de CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) aumentou no Brasil nos últimos anos. Desde 2018, o número de armas para essa categoria pulou de 350,6 mil para 1.006.725 em 2022. Os dados são do Exército e foram obtidos pela Lei de Acesso à Informação, por meio dos Institutos Igarapé e Sou da Paz.

A região amazônica, notadamente conhecida pelos conflitos fundiários, foi uma das que registrou maior aumento na quantidade de armas em circulação, com 700% desde 2018. “Recentemente, apreenderam armas compradas por um CAC nas mãos de uma quadrilha de roubo a carros fortes. Estamos falando de um problema grave de segurança, não apenas ambiental: mais armas em circulação significa mais violência comum e do próprio crime organizado, que já é imensa”, avalia Raul do Valle.

 

Com informações da WWF**



Fonte

Compartilhe nas Redes

últimas noticias