Segundo especialistas de mercado e fabricantes, a alta do dólar e a falta de insumos encareceram a produção; aumento deve ficar entre 10% e 15%
Segundo especialistas, mudança de hábitos, com o maior consumo da bebida em casa, também impacta o mercado(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)O aumento no preço dos insumos, a escassez de embalagens e o custo da energia devem deixar a cerveja mais cara neste ano, segundo estimativas de produtores e de entidades do setor. O impulso da moeda norte-americana afeta diretamente o custo dos commodities, como o milho, a cevada, as leveduras e o alumínio, que são base da cadeia de produção da bebida.
Embora a inflação da bebida em 2020 tenha sido de 1,94%, segundo o IBGE, o mercado deve reposicionar os preços neste primeiro semestre, e o aumento ao consumidor final deve ficar entre 10% e 15%, Continua depois da publicidadenullseguindo a tendência de aumento dos alimentos.
“A constante alta do dólar gerou impacto no custo dos commodities, sem contar o custo de energia elétrica, que também aumentou. Esses fatores têm influência direta no preço das bebidas. Se foi possível segurar até o momento, certamente o impacto vai desaguar em 2021″, diz o diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM) Carlo Enrico Bressiani.
E ele complementa: “O Brasil é um país fechado, cheio de burocracia e que enfrenta problemas com a variação cambial. Quem sofre mais são as pequenas empresas, porque a maioria não tem contratos de compra e fornecimentos mais estáveis e adquire produtos conforme a demanda. Mas até os grandes terão de aumentar o preço para o consumidor final”.Continue sempre bem informado.Assine o Estado de Minas
O produtor e sommelier de cervejas e presidente da Federação Brasileira das Cervejas Artesanais, Marco Falcone, explica que a maioria dos produtos utilizados na fabricação das cervejas é importada e negociada na moeda norte-americana, sofrendo diretamente com variação cambial.
O dólar americano era cotado a R$ 4,02 em janeiro de 2020 e fechou o ano passado custando R$ 5,45.
“Nós temos um viés inflacionário muito relevante, porque os produtos são indexados em dólar, e a cerveja vai sofrer com aumento dos insumos importados. Eu falo de 13% de aumento médio em todo o setor. O que não é pouca coisa”, observa.