Quatro anos após o incêndio que destruiu grande parte do acervo e do edifício do Museu Nacional, localizado em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, a fachada principal da sede foi inteiramente restaurada e apresentada ao público nesta sexta-feira (2). O cronograma de obras segue até 2027 e o orçamento preliminar é de R$ 380,5 milhões.
A cerimônia de entrega da fachada contou com autoridades nacionais e representantes de entidades internacionais envolvidas na reconstrução do prédio histórico. “Isso demonstra que o Museu Nacional vive e vive graças a vocês, que de mãos dadas nos ajudam a reconstruir essa instituição”, ressaltou Alexander Kellner, diretor do museu.
A reconstrução da fachada buscou conciliar tecnologia de ponta com técnicas artesanais para preservar ao máximo a estrutura local. Por exemplo, no lugar das esculturas centenárias de mármore foram feitas réplicas usando impressão em 3D. “Conseguimos apesar da pandemia”, disse a reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho, instituição da qual o Museu Nacional faz parte.
Ao todo, cerca de 200 profissionais trabalharam para restaurar a fachada frontal e 70% das obras nessa área já foram concluídas. A partir de amanhã (3), o museu conta com intensa programação cultural e o público poderá, pela primeira vez desde a tragédia, se aproximar do edifício. Apesar disso, o museu só será totalmente reaberto após o fim das reformas, que está previsto para daqui a cinco anos.
Reconstrução
O cronograma da reconstrução do museu segue até 2027. O orçamento preliminar estimado é de R$ 380,5 milhões, sem considerar o acervo. Deste total, foram captados R$ 245,3 milhões, o que equivale a 64% da meta, de recursos da iniciativa pública e privada.
Além da parte estrutural, o Museu busca também a recomposição do acervo. Segundo Kellner, o Museu tinha cerca de 20 milhões de exemplares antes do incêndio, que destruiu 85% da coleção. A meta é garantir 10 mil exemplares para as novas exposições.