A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), do Senado que deve investigar as ações, omissões e eventuais desvios do Governo Federal na condução da pandemia, terá como relator o senador Renan Calheiros (MDB). Para Renan a CPI não fará perseguição, mas é preciso punir responsáveis, “a investigação será técnica, profunda, focada e despolitizada”, afirmou o senador.
Quem preside a CPI é o senador pelo Amazonas Omar Aziz (PSD), e foi escolha dele o relator durante a instalação da comissão. Em seu discurso Calheiros afirmou ainda que o Brasil tem direito de saber quem contribuiu para milhares de morte. “O país tem o direito de saber quem contribuiu para as milhares de mortes, e eles devem ser punidos imediata e emblematicamente”, acrescentou Renan, durante seu discurso.
Um dos alvos da Lava Jato e critico a operação, Calheiros afirmou que não será na relatoria da CPI, “discípulos” do ex-juiz e do procurado Deltan Dallagnol. “Não somos discípulos de Deltan Dallagnol nem de Sérgio Moro. Não arquitetaremos teses sem provas ou power points contra quem quer que seja”, afirmou Calheiros.
Ainda em seu discurso o senador disse em vários momentos que a condução da relatoria será pautada pela ciência, em consulta a especialistas e de combate ao “negacionismo”. “Nossa cruzada será contra a agenda da morte. Contrapor o caos social, a fome, o descalabro institucional, o morticínio, a ruína econômica e o negacionismo não é uma predileção ideológica ou filosófica, é uma obrigação democrática, moral e humana”, afirmou o relator.
Durante abertura da CPI aliados do governo tentaram impedir a indicação de Renan a relatoria, uma das principais argumentações era de que o senador seria parcial por ser pai de Rena Filho (MDB), governador de Alagoas. Flávio Bolsonaro (Republicanos), afirmou não ter dúvidas que Renan, atuará com parcialidade e tentará proteger governadores, entre os quais Renan Filho.
Apesar dos questionamentos Calheiros disse que colegas podem esperar um trabalho, “isento, objetivo, técnico, desapaixonado, destemido e colegiado”. “Sem medo de absolver quem merecê-lo e sem hesitação para imputar quem é responsável”, declarou.