A menos de três meses para as eleições de 2022, o pré-candidato ao Governo do Amazonas, Amazonino Mendes (Cidadania) tem ganhado destaques negativos nos últimos meses, primeiro por sua campanha duvidosa, principalmente em relação a seu quadro de saúde debilitado. Outro assunto que gerou repercussão no meio político, foi o nome do seu filho, Armando Mendes como seu vice na corrida eleitoral. O filho do ex-mandatário é envolvido em suspeita de assassinato e outras polemicas.
Após a informação se espalhar com a suposta nomeação de Armando Mendes como vice, empresários e patrocinadores da campanha de Amazonino Mendes teriam retirado os investimentos, já que existem nomes pré-estabelecidos de interesse.
Como é o caso do pastor e empresário Osvaldo Cardoso do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), que articula com lideranças para ser o vice de Amazonino.
O nome de Osvaldo Cardoso, homem forte no meio evangélico, aparece com força para ocupar a vaga dada como certo desde o ano passado de Humberto Michiles.
Osvaldo é ligado, hoje, a igreja Sara Nossa Terra, do Bispo Robson e Lúcia Rodovalho. Caso o presidente do Pros seja o vice de Amazonino, além da Igreja Sara Nossa Terra, ela trará ainda a Mundial, do apóstolo Valdomiro Santiago e da Graça, de R.R Soares.
Homicídio e Política
O seu filho Armando Clóvis Mendes Negreiros estava sendo acusado de ser o mandante do assassinato de um empresário em São Paulo e o seu principal assessor, considerado seu “testa-de-ferro” Fernando Bonfim, era uma possível testemunha do crime.
O caso relatava o assassinato do empresário Samek Marek Rosenski, ocorrido em março de 1993 em São Paulo, na esquina da rua Bandeira Paulista com a avenida Nove de Julho, no Itaim, com um tiro na cabeça, quando seu carro estava parado num cruzamento.
Segundo informações, o filho de Amazonino chegou a pagar aproximadamente 500 mil dólares com advogados para se livrar da “bronca” como mandante do homicídio. Após conseguir se limpar com a justiça brasileira, Clóvis Mendes se mandou para Madrid, na Espanha.
Armando administrava em São Paulo a empresa de relógio Cosmos, instalada em Manaus. Os negócios fluíam perfeitamente bem, até que Amazonino saber através de Samek que estava sendo enganado pelo seu filho. Samek Rosenski reuniu provas que Armando estava “roubando” o pai, fazendo negócios à parte e desviando dinheiro da empresa. Amazonino deu um ultimato no filho que não se conformou.
Armando Mendes recua
Nesta sexta-feira (29/7), o empresário Armando Mendes recuou e anunciou que não será candidato a vice-governador na chapa de seu pai, Amazonino Mendes.
Nos bastidores da política, há informações que o nome do filho de Amazonino não foi bem aceito por conta do seu passado e outros interessantes políticos dos investidores da campanha do pré-candidato ao Governo.
Relembre o caso; o homicídio
Rica nos detalhes, a fita mostra que pai e filho têm uma relação de disputa em família — tanto que, a certa altura, Armando, conta que conversou com o pai só para desfazer a suspeita de que o estava roubando. Armando também fala de um assunto escabroso, a morte do empresário Samek Rosenski, dono da fábrica de relógio Cosmos, assassinado em São Paulo, com um tiro na cabeça, quando seu carro estava parado num cruzamento. Depois de dizer que foi prejudicado por Rosenski num negócio, Armando revela detalhes sobre sua morte.
Conta que soube do assassinato de Rosenski quando estava de viagem por Viena e relata uma novidade sobre o crime — um segurança seu em São Paulo foi a primeira pessoa a encontrar o corpo. Ao saber da morte, um sócio que o acompanhava na viagem ficou tão contente que comemorou com um champanhe. No meio da conversa, em tom pouco angelical, Bomfim chega a comentar: “Esse f.d.p. mereceu a bala na cabeça”.
Tantos detalhes produziram a hipótese de que a família do governador poderia estar envolvida até num assassinato. Mesmo porque o principal condenado até hoje, Samuel Wolfsdorf, um ex-funcionário de Rosenski, foi para a cadeia por ter contratado os três matadores do empresário, mas jamais ficou claro quem foi o mandante do crime. “Nada impede que haja outra pessoa acima dele”, admite a promotora Eloísa Damasceno, que trabalhou no caso. Ao tomar conhecimento da fita gravada, no entanto, a família do empresário morto redigiu uma nota repudiando a suspeita sobre o governador.
O governo quer que a investigação pare nos dois pobres-diabos que renunciaram. Não tem curiosidade em saber quem deu dinheiro aos ex-deputados Ronivon e João Maia, esperando que o escândalo seja encerrado com a simples cassação dos deputados do Acre suspeitos de vender o voto. Na semana passada, com a denúncia de corrupção nas prefeituras do PT, a bancada do governo, no Congresso e também na imprensa, fez a festa, pois ficou mais fácil esquecer as propinas da reeleição (veja reportagem nesta página).
Nem tudo correu como manda o figurino, porém. Na terça-feira, o veterano Almino Affonso, tucano de São Paulo, relator do processo de cassação de três deputados na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, não quis ser conivente com a operação-abafa. Almino ficou convencido de que queriam fazê-lo de bobo, pois o órgão não tem poderes para chamar suspeitos e testemunhas, para dar voz de prisão em caso de depoimentos falsos nem para pedir a quebra de sigilo bancário.
Depois da renúncia, Almino Affonso distribuiu nota à imprensa em que se manifestava a favor da criação da CPI. “Ouso fazer um apelo às forças que apoiam o presidente Fernando Henrique Cardoso no sentido de que tenham a coragem cívica de lancetar o tumor, que vai crescendo quanto mais se busca ocultá-lo”, diz a nota. O Planalto não se comoveu. Tanto que já encontrou um substituto para Almino, o obscuro deputado Nelson Otoch, do PSDB do Ceará. Aos 57 anos, Otoch cumpre o primeiro mandato, mas a falta de experiência não é o traço mais marcante de seu perfil. Ele também é radical adversário da CPI da reeleição. “Uma CPI somente serviria para atender a interesses partidários”, diz Otoch.