Após sofrer diversos ataques racistas durante um show realizado no Grêmio Náutico União (GNU), em Porto Alegre, na última sexta (14), Seu Jorge, 52, se pronunciou pela primeira vez sobre o assunto na última segunda-feira (17). O caso ganhou repercussão e foi repudiado nas redes sociais.
Em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, o cantor aparece em frente à um telão que exibe a bandeira do Rio Grande do Sul e confirmou que, durante a apresentação, ouviu xingamentos e ofensas racistas.
“O que eu presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista […] Particularmente, não vi nenhuma pessoa negra no jantar. E as pessoas negras que eu encontrei foram somente os funcionários que, uma coisa que me causou muita espécie, eu ouvi dizer que eles estavam proibidos de olhar pra mim ou falar comigo quando eu chegasse no local do show”, disparou o artista.
Na sequência ele agradeceu o apoio que recebeu dos fãs de todo o Brasil, em especial, de Porto Alegre. “Não era a cidade que eu reconheci, a cidade que eu comecei a amar e respeitar […] Ao povo negro do Rio Grande do Sul e de toda a região do Sul, quero dizer que amo todos vocês, e admiro, respeito”, afirmou o cantor.
“E digo também que estamos mais unidos do que nunca e que vamos vencer essa guerra que segrega o nosso povo à miséria e à falta de oportunidade no Brasil”, concluiu o músico.
O caso
Após o caso ganhar repercussão na internet, a Polícia Civil do estado teve acesso a um vídeo que prova que o crime de racismo foi cometido contra Seu Jorge.
De acordo com a delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância e responsável pela investigação, nas imagens é possível ouvir o momento em que alguém grita ‘macaco’ e o instante em que pessoas imitam o animal. Veja:
Na segunda-feira (17), a Polícia Civil fez solicitou ao clube onde ocorreu o show que entregasse, em até três dias, as imagens de câmeras de segurança do espaço. Os investigadores trabalham para identificar os autores das ofensas.
Além disso, a polícia suspeita que, após o episódio, o clube tenha deletado postagens do show feitas em redes sociais O presidente do GNU, Paulo José Kolberg Bing, foi o primeiro a ser intimado para depor.