Técnicos da FVS e FMT são enviados para Autazes para realizar capacitação em acidentes com animais peçonhentos

Técnicos da FVS e FMT são enviados para Autazes para realizar capacitação em acidentes com animais peçonhentos

FOTOS: Silvana Simões/FVS-AM
FOTOS: Silvana Simões/FVS-AM

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV), enviou, nesta terça-feira (30/03), equipe técnica para Autazes (distante 113 quilômetros de Manaus) para realizar capacitação de Manejo Clínico de Pacientes Acidentados por Animais Peçonhentos.

Autazes é o primeiro município a receber a equipe, que irá realizar a visita técnica em alguns municípios do entorno de Manaus, com a finalidade de fortalecer sua rede de atendimento, de modo que os pacientes sejam atendidos nas cidades sem necessidade de deslocamento para a capital do estado.

O diretor-presidente da FVS-AM, Cristiano Fernandes, explicou que o treinamento in loco é necessário para manter essa relação de proximidade com os municípios. “Estamos em um período crítico das cheias dos rios, em que os acidentes podem ocorrer com mais frequência, e os profissionais de saúde precisam estar atentos para o atendimento e manejo adequado dos pacientes”, alertou.

Em viagem a Autazes, o diretor de Assistência da FMT-HVD, Antônio Magela, explicou que o tempo no atendimento adequado define sobre a vida e a morte do paciente. “O tratamento via soroterapia nos pacientes deve ocorrer da maneira mais imediata possível, pois, à medida que o tempo passa, a ação do veneno vai complicando. Sendo assim, é importante que as equipes médicas estejam atentas para identificar o tipo de acidente, para que o tratamento seja o mais específico e precoce possível”, avaliou o infectologista.

Para o médico veterinário da Gerência de Zoonoses da FVS-AM, Deugles Cardoso, que também está acompanhando a visita técnica à cidade, entre os acidentes ofídicos com maior ocorrência estão os causados por serpentes surucucu, jararaca e coral, que são as mais comuns na região.

“As principais serpentes da nossa região são a jararaca, a surucucu e a coral verdadeira. Porém, 97% dos acidentes são com jararacas; em torno de 2% com surucucu; e de 1% a 1,5% por coral verdadeiro. Portanto, a nossa preocupação é a avaliação adequada do paciente, para saber qual a cobra que o atacou”, destacou.

O clínico-geral Gustavo Pereira, da Unidade Hospitalar Dr. Deodato de Miranda Leão, em Autazes, agradeceu as orientações passadas pela FVS-AM durante o treinamento. “As informações foram importantes. Agora, a gente consegue otimizar e treinar mais a equipe para oferecer um tratamento de qualidade”, afirmou.

Cronograma – A equipe técnica retorna de Autazes, ainda nesta terça, e segue para Manacapuru, nesta quarta-feira (31/03). Para a próxima semana, estão agendadas a visita aos seguintes municípios: Iranduba, Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo e Itacoatiara.

Casos – Foram registrados 561 casos de acidentes por animais peçonhentos no primeiro trimestre de 2021 no Amazonas. Desse total, 413 notificações envolviam serpentes. Em 2020, foram 3.052 casos registrados, sendo 2.174 com serpentes. Os dados constam no Sistema de informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.

Prevenção – Grande parte dos acidentes por animais peçonhentos pode ser prevenida desde que a população tome os devidos cuidados. Uma das orientações recomendadas é tomar cuidado redobrado no período da noite, pois as serpentes tendem a procurar ambientes mais secos, como as residências ou árvores próximas à área residencial.

Outras medidas são: verificar os calçados antes de usá-los, já que o animal pode se esconder dentro; usar lanternas antes de entrar em ambientes fechados; não colocar as mãos e pés em tocas; e, para trabalhadores rurais, é indispensável o uso de botas.

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