O imunizante contra a varíola do macacos deve ser aplicado, até o momento, apenas a profissionais que atuam de forma direta com o vírus em laboratórios, profissionais da saúde expostos à contaminação, ou para familiares e pessoas próximas de indivíduos contaminados.
Conforme autoridades sanitárias, como a OMS (Organização Mundial de Saúde), a Food and Drug Administration (FDA ou USFDA) e a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde, atualmente são dois os imunizantes licenciados para uso nos Estados Unidos (EUA) sendo a vacina Jynneos, especificamente licenciada para a prevenção da varíola de macacos.
O Imunizante para adultos, que é administrado em duas doses com intervalo de 28 dias entre elas, utiliza o vírus da varíola vivo (atenuado) e modificado, para que não haja replicação no corpo, não causando assim infecção.
No entanto, somente a presença do microrganismo no corpo humano é suficiente para gerar uma resposta imunológica, e ainda que haja contaminação após o uso do imunizante, a doença tende a transcorrer de maneira mais branda.
De acordo com Jennifer McQuiston, vice-diretora da Divisão de Patógenos e Patologia de Alta Consequência do Centro Nacional de Doenças Infecciosas Emergentes e Zoonóticas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), outro imunizante licenciado para uso nos Estados Unidos chama-se ACAM2000.
No entanto essa vacina, que é de primeira geração, tem efeitos colaterais significativos.
Caso fosse necessário o uso em maior escala, deliberações sobre o custo benefício de sua utilização deveriam ser amplamente discutidos.
Devido a essa crescente notificação de casos ao redor do mundo, alguns países como a Alemanha, Grã-Bretanha e os Estados Unidos têm se preparado para oferecer imunização para as pessoas mais expostas ao risco de contaminação.
De acordo com a agência Reuters, a Alemanha encomendou 40 mil doses da fabricante Bavarian Nordic. Por sua vez, a Grã-Bretanha iniciou a vacinação de profissionais da saúde que estão mais expostos à infecção.
Já os Estados Unidos contam com mil doses da vacina Jynneos, e aproximadamente 100 milhões de doses da ACAM2000, de acordo com McQuiston.
Segundo a OMS, a vacina contra a varíola humana, doença considerada extinta há mais de 40 anos, têm eficácia de cerca de 85% contra a varíola de macacos.
A doença proveniente dos animais é uma versão mais branda da doença humana que já foi erradicada.
Casos no mundo
De acordo com monitoramento em tempo real da iniciativa global.health, já são 450 pessoas com a doença confirmada e mais de 125 em investigação.
Os casos acontecem em mais de 20 países, sendo que na Europa há uma maior incidência de infectados. Espanha, Inglaterra e Portugal, respectivamente, são os lugares com mais doentes.